“Feliz dia da mulher!”
O dia não tinha chegado ao seu primeiro quarto e eu já havia recebido felicitações das mais diversas fontes. Agradeci, obviamente, pois a educação dada com tanto sacrifício por mamãe e papai não me deixam fazer nada diferente, mas apenas para esclarecer: A data não é uma comemoração. Ela é um protesto. É um grito. Algo como “Oi, mundo! Ainda estamos aqui e queremos muito mais!”
O dia não tinha chegado ao seu primeiro quarto e eu já havia recebido felicitações das mais diversas fontes. Agradeci, obviamente, pois a educação dada com tanto sacrifício por mamãe e papai não me deixam fazer nada diferente, mas apenas para esclarecer: A data não é uma comemoração. Ela é um protesto. É um grito. Algo como “Oi, mundo! Ainda estamos aqui e queremos muito mais!”
A publicidade, esse instrumento que para vender (produtos ou
ideologias), se apropria e distorce tudo, tratou logo de “resignificar” a data. Fez
dela algo como um dia das mães, dos pais, dos namorados, natal, etc. Não é. Não
existe um consenso histórico sobre o seu surgimento. Alguns dizem que remete a
um incêndio numa fábrica de tecidos em Nova Iorque e outros fazem menção a manifestações
nesta mesma fábrica. Não importa. O fato é que foi estabelecida em 1909 como protesto
a péssimas condições de trabalho.
E o que vemos hoje, 116 anos depois da sua primeira “comemoração”? Péssimas condições de trabalho. Tudo bem, avanços aconteceram, mas a passos de cágado se sairmos da caixinha pensando no planeta como um todo. E se a coisa é feia para a mulher, piora consideravelmente se essa mulher for negra.
E o que vemos hoje, 116 anos depois da sua primeira “comemoração”? Péssimas condições de trabalho. Tudo bem, avanços aconteceram, mas a passos de cágado se sairmos da caixinha pensando no planeta como um todo. E se a coisa é feia para a mulher, piora consideravelmente se essa mulher for negra.
No Brasil, uma análise do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Estatísticas e Sociais
das Relações Raciais do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (LAESER) manda o papo reto em números. Sob qualquer ponto de vista
a diferença é escandalosa.
Em dezembro de 2013, analisando os dados da população economicamente ativa das maiores regiões metropolitanas do país – Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre – a média de ganhos de um homem branco era R$2.787,44. A mulher branca vinha em seguida (R$2.031,77), depois já descendo a ladeira significativamente os homens negros ou pardos (R$1.561,06) e por último elas, as mulheres negras ou pardas (R$1.200,84).A taxa de desemprego no mesmo mês era de 2.9% para os homens brancos, 4,2% para mulheres brancas e homens negros e pardos, e 6,7% para mulheres negras e pardas! Veja a pesquisa completa aqui.
Em dezembro de 2013, analisando os dados da população economicamente ativa das maiores regiões metropolitanas do país – Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre – a média de ganhos de um homem branco era R$2.787,44. A mulher branca vinha em seguida (R$2.031,77), depois já descendo a ladeira significativamente os homens negros ou pardos (R$1.561,06) e por último elas, as mulheres negras ou pardas (R$1.200,84).A taxa de desemprego no mesmo mês era de 2.9% para os homens brancos, 4,2% para mulheres brancas e homens negros e pardos, e 6,7% para mulheres negras e pardas! Veja a pesquisa completa aqui.
Quem é minimamente observador notou que na última campanha
eleitoral todas as âncoras dos programas dos partidos na TV eram mulheres
negras. E porque isso se deu? Simples, somos a base da pirâmide social e as
pessoas que no final das contas podem decidir uma eleição. Em contrapartida quais
são as políticas públicas voltadas para este segmento nas três esferas de
governo (Municípios, Estados e Federação)? Deixo aí um trabalhinho de casa.
Agora é minha vez de dar os parabéns àquelas que além das
agruras no mercado de trabalho, ainda tem que aturar o preconceito contra o seu
cabelo, o seu modo de vestir, o seu corpo todo enfim! Para as que ainda tem que assistir
todo tipo de estereótipo mediático e não
podem nem reclamar sem serem tachadas de “paranóicas”. As que sofrem violência doméstica
(física e/ou psicológica), criam os filhos em grande medida sós e mesmo com brigas,
choro, momentos de desespero... Vencem!
Queremos, precisamos, merecemos e exigimos mais, muito mais!
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